A felicidade é ser capaz de abrir a geladeira e dizer , isso é o que temos para hoje, vou fazer uma comida deliciosa com os ingredientes que tenho.
Tem dias que a geladeira tem tanta coisa que não fecha direito nestes dias ter o cuidado de colocar os congelados com congelados, frutas separadas, ovos no lugar certo. Fazer uma escolha saudável e se deliciar com os quitutes preparados.
Tem dias que não sobrou quase nada e o salário ainda não entrou o faltou tempo para “fazer o mercado” , tenho intimidade com estes dias. Se sobrou uma ultima lata de sardinha esquecida hoje vamos ter um maravilhoso maçarão com sardinha e vamos agradecer por isso.
Sempre gostei de fazer “mexido”, um prato bem mineiro que provavelmente leve outros nomes em outros estados. Adoro abrir a geladeira e compor com o que sobrou, inventar novos pratos com sabores inusitados. Nem sempre minhas misturas dão certo e um amigo já quis até tirar retrato para mostrar para os outros oque eu tinha tido coragem de misturar.
Gosto da historia da mãe de família, dona Odete, mãe do Thierry que disse aos filhos : hoje farei um prato muito especial , “sole aux champagne” um peixe fino ao champagne , na hora do jantar mesa especial , talheres de prata e chega o peixe, a família toda se entreolha pois tratava de um peixe dos mais simples e Dona Odette diz aos filhos como eu não achei “sole” finalmente eu fiz com vinho branco de mesa. As gargalhadas ainda ressoam nas lembranças dos filhos 40 anos depois.
Dona Odette no Natal desceu comprar um Menino Jesus pois o presépio estava incompleto e ao chegar em casa explicou aos filhos, o menino Jesus no mercado de artesanato estava tão pequenininho que finalmente eu trouxe dois meninos, gostaria de ter tido a oportunidade de conhecer minha sogra.
Sempre tive dificuldades em seguir receita e fico confuso quando tenho de fazer compras para preparar um prato. Varias vezes me vi em apuros por não conseguir reproduzir o método, fazer os mesmos movimentos com os parceiros de dança até que inventei algo que parece samba e deixa o publico encantado pensando que sou um bom sambista.
Com minha Márcia, inventamos um código para minhas receitas, sigo a escola de cozinha do Acre, um território brasileiro que quase ninguém é capaz de localizar no mapa do Brasil e quando digo que é um prato típico do Acre quem me conhece sabe que acabei de inventar e que pode ser delicioso ou não.
Tive uma vez uma briga homérica que quase terminou meu namoro por causa da maneira que preparei um “confit de canard” prato típico do sul da França um pato confeito que ganhei no Natal ; uma lata de 5 quilos que se conserva na sua banha e no jantar de Natal cometi o “crime” de esquentar os 5 quilos pois não sabia quanto iria servir.
Tenho a idéia, só Deus sabe quantas idéias passam pela minha cabeça diariamente, um projeto por enquanto, de criar meu blog de crônicas onde servirei aos meus leitores meu ponto de vista sobre assuntos diversos, como foi minha historia com Albina, o gavião ou das meninas que cuido.
Isso é o que temos para hoje, já esta na hoje de servir o café para a Jeanine
Tenham o melhor dia de sua vida hoje ou este é o único dia que vocês estão vivendo neste momento.
Antonio Cancado de Araujo
Mogneneins 14 maio 2020